O Futuro da Eficiência Digital: Hiperautomação, IA e a Corrida pela Maturidade em 2026
Rodrigo Hülsenbeck Ao longo de quase vinte anos atuando na área de tecnologia, testemunhei diversos ciclos de transformação. Alguns foram graduais, outros mudaram o rumo do mercado com rapidez. O momento atual, porém, tem uma característica distinta.
Hiperautomação e Inteligência Artificial deixaram de ser apostas e passaram a ocupar uma posição estrutural na operação de empresas que tratam tecnologia como vantagem competitiva.
Dados recentes da Gartner, Forrester e IDC mostram que a velocidade da mudança é significativa e, principalmente, inevitável.
O que apresento aqui é a minha interpretação desse movimento, sustentada pelos dados e moldada pelo que observo diariamente em conversas com executivos que navegam por desafios complexos.
Automação de Processos Inteligentes como Capacidade Fundamental
A Gartner estima que, até 2026, mais de 60% das organizações terão automatizado processos críticos de negócio utilizando uma combinação de RPA, IA e Process Intelligence. Três anos atrás, esse número era inferior a 20%.
Essa mudança é impulsionada pela crescente complexidade dos desafios atuais. Volumes crescentes de dados, pressões por eficiência, decisões em tempo real e fluxos altamente conectados tornam operações manuais incapazes de responder com a velocidade necessária.
Como resposta, vemos a evolução de soluções fragmentadas para ecossistemas de automação inteligente, capazes de detectar inconsistências, sugerir melhorias, agir de forma preventiva e sustentar operações mais estáveis e auditáveis.
Essa evolução traz duas consequências claras:
- A observabilidade se torna inegociável.
Sem monitoramento contínuo e controles bem definidos, nenhuma automação será capaz de garantir estabilidade para o funcionamento da operação. - O perfil das equipes de tecnologia precisa mudar.
É necessário passar menos tempo executando tarefas e mais tempo projetando, validando e governando comportamentos automatizados.
A automação de processos inteligentes deixou de ser iniciativa de otimização.
Ela está se tornando parte do modelo operacional central, um pré-requisito para resiliência, escalabilidade e maturidade digital.
À medida que a infraestrutura opera com esse nível de inteligência, surge a questão de como estender essa disciplina para os processos como um todo.
Hiperautomação se torna o Modelo Operacional
Estudos da Forrester apontam para a convergência entre RPA, Process Automation e Process Intelligence, formando ambientes de hiperautomação cada vez mais integrados. Não se trata apenas de adotar novas ferramentas, mas de repensar como dados, IA, fluxos de trabalho e supervisão humana se conectam.
A eficiência agora depende de processos coerentes, desenhados ponta a ponta, com padrões claros de execução e monitoramento. Muitos líderes avançaram em automações isoladas, resolvendo pontos específicos. O próximo passo é estruturar o sistema como um todo.
Nesse contexto, governança deixa de ser tema secundário e passa a ser componente essencial. Vemos empresas revisando fluxos, criando camadas de validação, ampliando rastreabilidade das decisões e monitorando desvios comportamentais. À medida que essas empresas evoluem seus processos, também refinam como investem em tecnologia. A maturidade necessária para sustentar automações conectadas já está remodelando os orçamentos de transformação digital no mundo todo.
Investimentos Globais e a Curva de Maturidade
IDC projeta que os investimentos em transformação digital chegarão a 3,4 trilhões de dólares em 2026 e se aproximarão de 3,9 trilhões em 2027.
O crescimento é significativo, mas a distribuição desses investimentos diz ainda mais.
Três prioridades estão se tornando o novo padrão:
- IA como ativo operacional
A IA está rapidamente deixando o status de prova de conceito e se tornando uma capacidade incorporada no dia a dia dos negócios. Organizações avaliam aplicações através da confiabilidade, explicabilidade e integração aos processos existentes, não mais pela novidade da tecnologia.
- Automação com supervisão formal
Ao contrário das fases anteriores, a automação hoje exige supervisão formal. Executivos querem velocidade, mas não às custas de auditabilidade, segurança ou coerência estratégica.
A próxima fase será definida por uma governança real. A automação agora precisa vir acompanhada de estruturas que garantam consistência, conformidade e uso responsável.
- Modernização com ROI mensurável
Esforços de transformação estão cada vez mais atrelados a resultados mensuráveis.
Conselhos querem clareza sobre como cada iniciativa contribui para eficiência, redução de risco e capacidade operacional. A pressão por essa prestação de contas moldará decisões de investimento até 2027.
O fato de termos essas prioridades é um claro sinal de maturidade, e prepara o terreno para um novo tipo de gestão.
A Evolução dos papéis de CIOs e Líderes de Tecnologia
A próxima fase da transformação digital exigirá líderes capazes de equilibrar evolução tecnológica com estabilidade operacional.
Com base nas tendências e no que observamos no mercado, algumas responsabilidades tornam-se centrais:
- Clareza estratégica
Toda iniciativa deve começar com um objetivo bem definido: o que resolve, como se integra e qual valor gera. - Governança como parte do design
Rastreabilidade, validação e monitoramento não podem ser complementos. Precisam fazer parte do modelo desde o início. - Disciplina operacional
A automação deve seguir processos estruturados, fluxos documentados e ambientes controlados. - Fluência multidisciplinar
Decisões tecnológicas precisam envolver operações, risco, compliance, finanças e áreas de negócio. - Avaliação contínua
Líderes devem reavaliar continuamente o desempenho dos sistemas automatizados, ajustar com base em resultados reais e evoluir a estratégia conforme necessário.
Não estamos falando de perfeição, mas sim de estrutura, clareza e execução coordenada. E essas responsabilidades estão alinhadas ao que vivenciamos todos os dias na Premiersoft.
O que Observamos na Prática
Na Premiersoft, trabalhamos com organizações que tratam tecnologia como componente essencial para o planejamento estratégico. Entre elas, um padrão é evidente: avanços consistentes nascem de decisões maduras e estruturas claras.
sso nos dá uma perspectiva clara: as empresas que avançam mais rápido não são as que adotam mais ferramentas, mas as que adotam a estrutura certa.
Observamos progresso real quando as equipes:
- Estabelecem governança desde o início;
- Criam disciplina na análise de dados;
- Validam automações em ambientes controlados;
- Priorizam confiabilidade antes de escalar;
- Mantêm documentação clara;
- Adotam inteligência de processos, não improviso.
Nossa experiência reforça um princípio que orienta nosso trabalho há anos: A excelência é construída ao longo do tempo, por meio de decisões coordenadas que fortalecem a organização conforme ela evolui. É impulsionada por coerência, método e execução consistente.
Conclusão
O próximo ciclo de transformação digital desafiará as organizações a operar com mais estrutura, governança clara e bases técnicas sólidas. Automação e IA não são mais experimentos; são componentes centrais para eficiência, redução de riscos e geração de valor de longo prazo.
Ao olhar para o que vem adiante, a mensagem é clara: empresas preparadas para pensar e executar com excelência moldarão as próximas décadas.
Se você quer acompanhar as tendências que estão impulsionando essa mudança, convido você a seguir nossas próximas publicações.
Esta é apenas a primeira parte de uma conversa importante e vamos continuar compartilhando análises que ajudem executivos a tomar decisões com precisão e propósito.
Mais insights estão chegando!